Gente, desde comecei a escrever, pelo menos sobre a Nina, escrevi por ela, ou por vocês, leitores. E por vocês continuaria escrevendo para sempre.
O que quero saber é se "vocês" existem ou eu estou só falando pra mim mesmo. Não faz sentido escrever para ninguem. É como pintar um quadro para colocar na casa de um cego.
Então, manifestem-se contra ou a favor (:
sexta-feira, 15 de julho de 2011
terça-feira, 5 de julho de 2011
Um chalé, um pedaço de pão
A casa era linda, simplesmente linda. Tinha janelinhas de madeira e suas paredes eram cobertas por musgo nas partes baixas e trepadeira nas altas. Tinha uma imensa árvore ao lado da face oeste de onde pendia um velho balanço se movendo ao sabor do vento. Da parede, à direita da porta, saia um braço enegrecido de metal de onde pendia um lampião brilhante de metal e vidro amarelado. Da parede, à esquerda da porta, saia outro braço igual de onde pendiam três sinos de cobre que, com o vento, emitiam um som acolhedor. O maior, um ré, o do meio, um fá, e o menor, um lá. Quando todos batiam ao mesmo tempo um acorde maravilhoso invadia o ouvido de Lys e ela se sentia obrigada a chegar mais perto.
-É realmente uma linda casa - Lys estava mesmo encantada com a simplicidade e beleza da casa.
-Não é? Sempre adorei esse lugar. Tive que comprar um terreno cinco vezes maior que a minha casa só pra poder criar um gramado lindo envolta dela. Mas valeu a pena.
-Como conseguiu o dinheiro para comprar tudo isso?
-Minha amiga, beleza e convites para festas de classe. É tudo o que alguem precisa para arranjar dinheiro. Ah, e algumas aulas de teatro, mas cresci nas ruas, não foi algo difícil pra mim arrancar até as ceroulas de um duque francês.
-Isso é crueldade.
-Você fala isso, mas sei que está rindo por dentro.
Olharam uma para a outra e cairam na gargalhada. Chegaram na casa.
-Segura pra mim, por favor? - Nina entregou as sacolas de comida a Lys e tirou uma chave de sua bolsa. Enfiou a chave na porta. Entrou.
A casa, incrívelmente, era tão linda por dentro como por fora. A luz do sol entrava por um círculo no teto coberto por um desenho de vitral e iluminava o centro do salão de entrada da casa, onde se encontrava uma mesinha apoiando uma flor. Lys achava aquilo tão belo quanto misterioso, não sabia se deveria estremecer ou sorrir. Resolveu perguntar:
-Nina, o que significa essa flor aqui? - Era uma rosa azul escura em um pequeno vaso em formato de coração.
-É uma flor que ganhei de alguem muito especial muito tempo atrás. Nada demais. - Lys percebeu o tom de mentira na fala da amiga, mas nada disse. Se não queria dizer, tinha motivos.
-É realmente uma linda casa - Lys estava mesmo encantada com a simplicidade e beleza da casa.
-Não é? Sempre adorei esse lugar. Tive que comprar um terreno cinco vezes maior que a minha casa só pra poder criar um gramado lindo envolta dela. Mas valeu a pena.
-Como conseguiu o dinheiro para comprar tudo isso?
-Minha amiga, beleza e convites para festas de classe. É tudo o que alguem precisa para arranjar dinheiro. Ah, e algumas aulas de teatro, mas cresci nas ruas, não foi algo difícil pra mim arrancar até as ceroulas de um duque francês.
-Isso é crueldade.
-Você fala isso, mas sei que está rindo por dentro.
Olharam uma para a outra e cairam na gargalhada. Chegaram na casa.
-Segura pra mim, por favor? - Nina entregou as sacolas de comida a Lys e tirou uma chave de sua bolsa. Enfiou a chave na porta. Entrou.
A casa, incrívelmente, era tão linda por dentro como por fora. A luz do sol entrava por um círculo no teto coberto por um desenho de vitral e iluminava o centro do salão de entrada da casa, onde se encontrava uma mesinha apoiando uma flor. Lys achava aquilo tão belo quanto misterioso, não sabia se deveria estremecer ou sorrir. Resolveu perguntar:
-Nina, o que significa essa flor aqui? - Era uma rosa azul escura em um pequeno vaso em formato de coração.
-É uma flor que ganhei de alguem muito especial muito tempo atrás. Nada demais. - Lys percebeu o tom de mentira na fala da amiga, mas nada disse. Se não queria dizer, tinha motivos.
-Se você diz...
-Digo sim. Vou ali preparar o chá e já volto. Tente não se matar até lá.
-Eu espero.
Lys sentou em um sofá aparentemente confortável perto de uma lareira de mármore negro e ficou observando-a. Resolveu acender o fogo, Nina não se importaria. Foi até um canto da sala e agarrou um punhado de lenha cortada para o fogo. Abriu a grade, jogou a lenha e acendeu. Poucos minutos depois lá estava ele, brilhando e dançando. Lys ficou tão facinada e estava tão cansada por não ter dormido duas noites seguidas que caiu no sono e só acordou perto da hora do almoço.
Acordou com o soar dos sinos lá fora e abriu os olhos. A primeira coisa que viu foi um rosto terrivelmente amigável observando-a com olhos brilhando como os de uma criança olhando um brinquedo atrás da vitrine.
-O que está fazendo?
-Desculpe, estava só te observando. Você fica linda enquanto dorme.
-Ahn... enfim, e o café da manhã?
-Minha linda, já não é manhã, mas podemos fazer do café, um almoço. O que acha?
-Claro, por que não?
E comeram. Acabaram com a rosca, o pote de chá e um quinto do queijo, mas pelo menos estavam suficientemente alimentadas por um bom tempo.
Enquanto comia, Lys pensava em o que fariam à tarde. Ainda era dia 14, faltavam quatro dias para a grande noite e elas realmente tinham o que pensar. Ao terminarem, Lys levantou-se rapidamente e arrancou os pratos da mesa com pressa. Sabia que Nina seria contra deixá-la lavar a louça, mas não queria parecer uma completa inútil.
-Terminei - disse Lys dirigindo-se à sala de estar.
-Finalmente! Esses ricos de hoje em dia, desacostumam com o serviço doméstico fácil demais. - Lys estava deitada no sofá olhando o fogo.
-Mas eu nem demorei tanto. É que a água estava gelada.
-Ei, eu estava aqui pensando, já jogou golfe?
-Não. Mas eu sempre quis. Meu pai...
A feição de Lys ficou triste, seu rosto, pálido, sua voz travou, seu olhar ficou profundo e um sentimento de tristeza invadiu sua alma como se quisesse abri-la e mostrar algo que havia sido guardado lá no fundo. Algo que havia deixado uma marca profunda e irreparável em Elisabeth.
-Meu amor, tudo bem?
-Ah, tudo, claro. É só que meu, meu... pai...
A última palavra saiu como uma maldição.
-Tem certeza que está tudo bem?
Lys então olhou em sua direção. Uma lágrima rolou em seu rosto. E, depois de uma longa pausa, arranjou forças para responder à pergunta:
-Não.
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